terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Arábicas

Arábicas




No deserto dizem que quem procura vingança deve cavar duas sepulturas.Talvez isso explique a história de Rachid Nasr ad-Din que lutou ao lado dos índios americanos contra os colonos brancos na última metade do século XVI.
Tudo começa no deserto do Saara, quando ele parte em busca de vingança, porque uma adolescente de sua tribo fora seqüestrada 100 anos atrás por um jovem de outra tribo que havia se apaixonado por ela. Como no deserto o tempo não conta, nem as mortes que se sucederam nesses 100 anos de vingança e contra-vingança, agora cabia a ele limpar a honra de sua gente pela desfeita. Mas, por entender que já era tempo de colocar um ponto final nessa história, e não querendo cavar duas sepulturas, atravessou o deserto até o oceano em busca de novas terras onde pudesse recomeçar sua vida. Virou presa de guerra, quando o barco em que viajava foi capturado por piratas no norte da África, que o venderam como escravo nos Estados Unidos.
Seu comprador queria que o ajudasse na captura de índios cujas cabeleiras valiam fortunas na Europa, utilizadas para fazer perucas que os nobres e mais abastados usavam para cobrir suas cabeças raspadas por causa dos piolhos.
As caçadas aos índios eram realizadas pelos colonos em grupos, diariamente.Ninguém era poupado, nem mulheres, nem crianças.Os pedidos de novos escalpos não cessavam de chegar.
Estarrecido com tamanha brutalidade, Nasr ad-Din, conseguiu escapar acabando por juntar-se aos índios, ao lado dos quais lutou contra os escalpeladores. Mais tarde casou-se com uma princesa índia.
A história registra que Nasr ad-Din foi o primeiro não nativo a navegar pelo rio Hudson.

Brasil

Religiões africanas são principal alvo da intolerância religiosa no Brasil

Preconceito contra confissões como o Candomblé e a Umbanda se manifesta em depredamentos de casas, espancamentos de pessoas e até assassinatos. Especialista vê ainda lógica de mercado na briga entre as religiões.
O número de denúncias referentes à intolerância religiosa no Brasil, feitas pelo Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, aumentou de 15 em 2011 para 109 em 2012. Os principais alvos de discriminação são as religiões de origem africana, como candomblé e umbanda.
Entre os casos está a invasão de terreiros em Olinda, em que "evangélicos com faixas e gritando palavras de ordem realizaram protesto em frente a um terreiro de religião de matriz africana e afro-brasileira", como descreve um denunciante. Outro caso foi o uso, por uma igreja, de imagens de mães-de-santo, "chamando de feitiçaria e difundindo o ódio pelas redes sociais", afirma outra pessoa.
"O Brasil tem um histórico de negação das tradições não cristãs. Essa negação não é exatamente da religião, mas do valor de todas as tradições de matriz africana. Na verdade, para nós, é racismo", afirma Silvany Euclenio, secretária de Políticas das Comunidades Tradicionais da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).
Embora existam também atritos entre algumas religiões cristãs, eles acabam não sendo tão violentos porque essas religiões têm uma origem comum e compartilham os mesmos valores. No caso das religiões de matriz africana, a intolerância recebe uma outra dimensão e resulta em violência, como no depredamento de casas, espancamento de pessoas e até mesmo assassinatos. "Recebemos denúncias de norte a sul do país, e de forma crescente", diz Euclenio.
Mercado religioso
O professor de ciências da religião Frank Usarski, da PUC-SP, afirma que a tensão mais visível é entre algumas igrejas pentecostais e as religiões afrobrasileiras, apesar de existirem também atritos entre religiões que tenham a mesma raiz.
"Isso tem muito a ver com a lógica do mercado religioso. Hoje em dia não é mais uma convivência idealista, mas uma luta de segmentos, da necessidade de conquistar uma certa parcela da população. Dessa forma, o outro é estigmatizado, desvalorizado e inferiorizado", acrescenta, dizendo que a briga entre as religiões se orienta por uma lógica capitalista.
Ele cita, como exemplo, a briga entre vertentes da religião budista no Brasil, em que houve briga jurídica para impedir a entrada de líderes religiosos no país. Além disso, um grupo reivindica um templo para si e o outro não quer devolvê-lo. "Não são só brigas simbólicas, mas também jurídicas."
Em sete anos, ONG recebeu 247.554 denúncias referentes a casos de intolerância religiosa em sites e em perfis de redes sociais
Para o professor aposentado de ética e teologia Ubirajara Calmon, da Universidade de Brasília (UnB), existe intolerância religiosa no Brasil, mas nada comparável ao que acontece em outros lugares do mundo, como na Europa. "Acredito que há poucas manifestações. O Brasil nunca chegou a uma situação como, por exemplo, a luta entre católicos e protestantes na Irlanda do Norte", frisa.
O governo federal lançou no final de janeiro o Comitê de Combate à Intolerância Religiosa, que terá 20 membros oriundos do governo e da sociedade civil, sendo que o edital para a escolha dos integrantes será lançado em fevereiro ou março. O comitê vai ter o objetivo de promover o direito ao livre exercício das práticas religiosas e elaborar políticas de afirmação da liberdade religiosa, do respeito à diversidade de culto e da opção de não ter religião.
Internet
O mundo virtual reflete a situação do mundo real. De 2006 a 2012, a organização não-governamental SaferNet Brasil, através da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos (CNDCC), recebeu 247.554 denúncias anônimas de páginas e perfis em redes sociais que continham teor de intolerância religiosa.
Muitas vezes uma página ou perfil é denunciado dezenas, centenas ou até milhares de vezes. Dessa forma, nesse período, 15.672 páginas foram reportadas por conter teor de intolerância religiosa. A tendência é de queda: de 2.430 páginas em 2006 para 1.453 em 2012.
Essa tendência não implica que o número de casos reportados de intolerância religiosa tenha diminuído. "Uma das razões é a classificação feita pelo usuário. Mesmo páginas reportadas por possuir conteúdo antissemita ou homofóbico têm, também, conteúdo referente à intolerância religiosa", explica Thiago Tavares, coordenador da CNDCC.
O maior problema é a impunidade. "Quanto maior a dificuldade de punir esses crimes, maior é a tendência de uma parcela da comunidade de internautas de querer utilizar a rede para essa finalidade. A impunidade é o combustível da criminalidade", declarou Tavares, afirmando ainda que percebe um crescimento, desde 2010, das manifestações de intolerância e também da radicalização do discurso de ódio na internet brasileira.
Não só anônimos postam comentários que envolvem intolerância religiosa ou até mesmo o ódio em sites e perfis nas redes sociais. "Vemos casos de autoridades religiosas também. Há uma certa permissividade, uma dificuldade de monitorar e efetivamente punir", diz Euclenio, da Seppir.
Governo prioriza investigação de crimes contra o patrimônio e não contra os direitos humanos, diz Tavares, da CNDCC
Tecnologia esbarra na falta de infraestrutura
Depois que a denúncia é recebida pela CNDCC, um sistema é acionado para coletar informações disponíveis na rede, como texto, fotos e demais informações do provedor onde a página está hospedada. Essas informações são compiladas em um banco de dados ao qual apenas a Polícia Federal e o Ministério Público (MP) têm acesso.
Assim, o MP pode iniciar uma investigação para descobrir quem foi o autor do crime. O poder judiciário notifica o provedor que hospeda a página para fornecer dados e indícios que possam ajudar os investigadores a identificar o usuário. "Mas isso nem sempre é possível. Aí o caso fica impune", diz Tavares.
Ele explica que muitas pessoas usam a retórica de que os crimes da internet não são punidos por causa da falta de uma lei específica. Mas na verdade, serve para mascarar o principal problema: a falta de estrutura. "De todos os 27 estados brasileiros, há somente oito delegacias especializadas. E elas funcionam de forma precária", frisa.
A Polícia Federal tem duas divisões que cuidam de crimes cibernéticos. Uma é a contra crimes financeiros, que tem boa estrutura e é bem aparelhada, sendo responsável por mais de 1.200 prisões nos últimos oito anos. Já a divisão relacionada com os direitos humanos tem estrutura muito deficiente. "É clara a prioridade do Estado brasileiro de investigar crimes contra o patrimônio e não os relacionados aos direitos humanos", conclui Tavares.
Autor: Fernando Caulyt
Revisão: Francis França

DW.DE

 

Privilégios de um membro da ABL vão além da imortalidade

Um chiste atribuído a Olavo Bilac diz que se é imortal porque não se tem onde cair morto. Os benefícios de um imortal da Academia Brasileira de Letras, no entanto, mostram que a realidade é bem diferente. Ocupar uma cadeira na ABL significa prestígio, um excelente plano de saúde e um mausoléu na Academia. Mas os privilégios vão além: as contas bancárias de alguns acadêmicos chegam a engordar entre R$ 20 mil e R$ 25 mil por mês.

Rodrigo de Almeida, iG Rio de Janeiro |


É só fazer as contas. Cada imortal tem direito a duas vagas de automóvel no centro do Rio, onde fica a sede da ABL, um jeton de R$ 1 mil por cada sessão das quintas-feiras e mais R$ 1 mil pela presença nas conferências das terças-feiras. (O comando da ABL costuma isentar os acadêmicos da exigência da presença para ter direito à verba.) A Academia ainda deixa um táxi à disposição para os acadêmicos se locomoverem até o centro do Rio. Adicione-se a isso um salário em torno de R$ 2.500 para aqueles que ocupam um cargo na diretoria.
Mas o mais rentável é a facilidade que um integrante da ABL tem de publicar seus livros e participar de rentáveis eventos culturais. Nisso um acadêmico calcula que a verba pode crescer algo entre R$ 10 mil e R$ 15 mil. É uma atração a mais para escritores que não conseguem vender bem. Há quem não precise desse empurrão, como João Ubaldo Ribeiro, Paulo Coelho e Lygia Fagundes Telles.
Para outros, contudo, como o cirurgião plástico Ivo Pitanguy e o presidente do Senado, José Sarney, estar na ABL significa prestígio intelectual. Outros são mais modestos ¿ ao ser eleito em 1999, Roberto Campos (1917-2001) afirmou com sua ironia habitual: A Academia tem tudo que eu preciso na minha idade: hospital e cemitério.
A ABL é uma entidade rica. Sua principal fonte de renda vem do aluguel de diversos imóveis de sua propriedade (muitos doados) no centro do Rio e em outras cidades brasileiras.


JOAN, A MULHER QUE SE TRAVESTIU DE HOMEM E VIROU PAPA JOÃO VII.
“Parce Pater Patrum, Papissae Proditum Partum”
Joana teria sido uma jovem oriental, nascida com o possível nome de Giliberta, talvez de Constantinopla, que se fez passar por homem para escapar à proibição de estudar imposta às mulheres.
Extremamente culta, possuía formação em filosofia e teologia.
Ao chegar a Roma, apresentou-se como monge e surpreendeu os doutores da Igreja com sua sabedoria.
Teria chegado ao papado após a morte do Papa Leão IV, com o nome de João VII.
A mesma lenda conta que Joana se tornou amante de um oficial da Guarda Suíça e ficou grávida.
Outra versão – a de Martinho de Opava – afirma que Joana teria nascido na cidade de Mainz, na Alemanha, filha de um casal inglês aí residente à época.
Na idade adulta, conheceu um monge, por quem se apaixonou. Foram ambos para a Grécia, onde passaram três anos, após o que se mudaram para Roma.
Para evitar o escândalo que a relação poderia causar, Joana decidiu vestir roupas masculinas, passando assim por monge, com o nome de Johannes Angelicus, e teria então ingressado no mosteiro de São Martinho.
Conseguiu ser nomeada cardeal, ficando conhecida como João, o Inglês.
Segundo as fontes, João, em virtude de sua notável inteligência, foi eleito Papa por unanimidade após a morte de Leão IV (ocorrida a 17 de julho de 855).
Apesar de ter sido fácil ocultar sua gravidez, devido às vestes folgadas dos Papas, acabou por ser acometida pelas dores do parto em meio a uma procissão numa rua estreita, entre o Coliseu de Roma e a Igreja de São Clemente, e deu à luz perante a multidão.
As versões divergem também sobre este ponto, mas todas coincidem em que a multidão reagiu com indignação, por considerar que o trono de São Pedro havia sido profanado.
João/Joana teria sido amarrada num cavalo e apedrejada até à morte.
Neste trajeto depois foi posta uma estátua de uma donzela com uma criança no colo com a inscrição “Parce Pater Patrum, Papissae Proditum Partum”, conforme atestado, mais tarde, em 1375, pelo “Mirabilia Urbis Romae”.
Noutro relato, Joana teria morrido devido a complicações no parto, enquanto os cardeais se ajoelhavam clamando:
“Milagre, milagre!”


Uma ilustração datada de 1560 (aproximadamente) da Papisa Joana
com a Tiara Papal, absolvendo um monge em confissão.
(Do acervo da Biblioteca Nacional da França)
(http://bit.ly/WYrfca)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Papisa_Joana
http://biogilmendes.blogspot.com.br/2012/08/a-papisa-joana-livro-e-o-filme.html
http://baronesilva.blogspot.com.br/2012/03/papisa-joana-e-outras-sarcerdotisas.html
http://pt.scribd.com/doc/90917863/A-Historia-dos-Papas-C-Bussola
http://bit.ly/WiaNmQ
http://1.bp.blogspot.com/—2JZtj8xBs/UCwFka9aIcI/AAAAAAAAENc/utr4GE096OQ/s640/03

ter, 12/02/2013 - 9:23
MaratLendo esta matéria, e a que Boff deu ao Portal UOL, não obstante minha admiração ao Boff, preciso compartilhar algo com vocês. Algo que ocorreu há mais de 20 anos, numa feira do Livro, em SP.
Estava eu, jovem e impetuoso, procurado por livros, quando, eis que vejo, num estande, sozinho, o Boff… em minha impetuosidade, fiz uma pergunta estúpida a ele. Algo mais ou menos assim: “Boff, e sobre o assassinato de João Paulo I, o que você tem a dizer”. Ele, lógico, ficou nervoso e retrucou: “Como você diz uma coisa dessas, sem provas? Como sabe que ele foi assassinado?”. Ficou transtornado e irado (com toda razão…), porém, logo em seguida, como um deus ex macchina (para mim), ele se transfigurou. Sua carranca, em dois segundos, se transformou num gigantesco sorriso… em frente a ele, dois integrantes da Globo, paramentados e equipados, até com o holofote, o entrevistaram… Aquele sorriso, aquela imensa receptividade com as câmeras da Globo, me deixaram com a pulga atrás da orelha… Desde aquele momento refleti que temos que nos cercar de muitos cuidados com nossos ídolos, pois todos eles têm pés de barro.


Marxismo e Cristianismo

 
fonte: http://www.redasociativa.org/elinsurgente/ficheros/Maira.%20Marxismo.jpgA teoria marxista surgiu da reflexão crítica e científica sobre os mais importantes movimentos de trabalhadores surgidos na história e é, sem dúvida, a teoria mais relevante para entender a economia capitalista e a possibilidade de emancipação dos oprimidos. Iniciado pelo filósofo alemão Karl Marx, o marxismo continuou sendo desenvolvido e aperfeiçoado por outros pensadores, como Friedrich Engels, Rosa Luxemburgo, Wladimir Lênin, Leon Trotski, Antônio Gramsci, Georg Lukács, Theodor Adorno, Herbert Marcuse e Ernst Bloch. A maior vantagem do marxismo, como teoria, é que ele é um movimento crítico e, por isso, ele renasce com nova força da reflexão sobre seus próprios erros e permite que continue sendo interpretado e experimentado com maior rigor e eficácia. O marxismo é um pensamento em movimento, diferente do positivismo que é estático e conservador.
fonte:  http://www.nuevoencuentro.com/UserFiles/Image/IGLESIA/cristianismo.jpgO cristianismo, maior expressão religiosa do ocidente, surgiu antes do capitalismo, e baseia sua fundamentação na vida e ação de Jesus Cristo. O ideal da vida cristã é a partilha, a comunhão. Este é o sentido da comunidade, expressando a idéia de uma vida em comum-unidade com os outros. Não cabe ali a propriedade privada, a exploração e a desigualdade social. Por defender o ideal de uma sociedade onde o importante é o comum, aquilo que é de todos, Cristo foi crucificado pelos poderosos de sua época, os romanos e fariseus, e, inclusive, os sumo-sacerdotes (religiosos que não comungavam dos ideais cristãos).
Entretanto, em torno do século VI, no reinado de Constantino, o cristianismo foi utilizado como ideologia a serviço da dominação pelo Império Romano. Os senhores feudais negaram o cristianismo e constituíram sociedades injustas, instrumentalizando ideologicamente a crença cristã para integrá-la politicamente ao Estado. Mais tarde, com o advento do capitalismo, os burgueses tentaram conciliar sua forma de vida parasitária com a fé cristã. Entretanto, os capitalistas mais autênticos se assumiram como liberais e se contrapuseram à Igreja, na tentativa de superar o cristianismo e acabar com a hegemonia do feudalismo.
Podemos afirmar que tanto os capitalistas que se “autodenominam cristãos” como aqueles que se identificam como liberais, negam a vida em comunhão e pregam a acumulação pessoal com o sacrifício da maioria. Seu combate é o mesmo, a luta contra o comunismo, termo que, até hoje, utilizam para confundir as pessoas. E essa é uma luta política, como não poderia deixar de ser, embora os opressores continuem afirmando que só eles é que podem fazer “política”. Como negar que o cristianismo é político se o maior líder de uma Igreja cristã é chefe de um Estado, o Vaticano, que em toda sua história organiza movimentos políticos em todo o mundo? Cristo foi morto como “preso político”, por defender idéias que contestavam a estrutura injusta da sociedade. Assim, todo cristão que vive o evangelho de forma coerente, desagrada àqueles que oprimem o povo.
Há mais de um século, o marxismo passou a ser a principal expressão do pensamento da esquerda mundial, tendo em vista que a teoria liberal se converteu em ideologia do capitalismo. Esta, além de ser anterior ao marxismo, não consegue apresentar perspectivas à esmagadora maioria da população, principalmente aos problemas da exclusão social e da destruição ambiental. Onde estariam os liberais cristãos? Teoricamente sua base é contraditória e conflituosa. Sua ação é, em sua maioria, disfarçada, secreta e geralmente hipócrita. A maioria dos capitalistas, não se revela como liberal (inclusive partidos deixam de declarar publicamente como liberais) para não assustar a população, reunindo-se em torno de movimentos empresariais, claramente opostos ao cristianismo e, mesmo assim, mantendo a aparência de “cristãos devotos” na sociedade.
Como o liberalismo passou a legitimar a opressão capitalista, para manter os privilégios de classe, muitos liberais negam o saber ao povo, se apresentando, eles mesmos, como estudiosos e “colecionadores” de obras do marxismo, mas reprimindo e discriminando a leitura marxista à população em geral. Atualmente, é freqüente verificarmos que os mesmos que estiveram a serviço da ditadura militar, que mataram e torturam pessoas para manter os capitalistas no poder, vêm a público combater o marxismo. Aliás, assumem a mesma prática dos que mataram Cristo: não querem que o povo conheça realmente o ideal cristão, assustando as pessoas sobre teorias que possam alterar a ordem que favorece aos poderosos. Da mesma forma que reprimiram a leitura do marxismo no período de ditadura militar, prendendo, perseguindo e assassinando marxistas no Brasil. São esses os liberais brasileiros que se apresentam como defensores da democracia.
Partindo do entendimento do significado do marxismo e do cristianismo, podemos verificar que as duas correntes de pensamento, em sua origem, convergem para o mesmo sentido: a vida em comum, o comunismo. O que não é possível é ser capitalista e cristão ao mesmo tempo e os liberais demonstram isso claramente em sua teoria, que surgiu, objetivamente, para combater o cristianismo, em torno do século XVII. Os equívocos de algumas experiências socialistas com relação ao cristianismo são evidentes, assim como foram contraditórias com o próprio marxismo, instrumentalizado para legitimar o poder de Estados autoritários e burocratizados. Mas, o marxismo permanece vivo, lado a lado com o cristianismo, com inúmeros cristãos marxistas, adeptos da Teologia da Libertação, o que não ocorre com o liberalismo.
Como o marxismo estimula o pensamento livre, sua leitura e debate devem ser oportunizados a todos, sem distinção. Através do marxismo tornou-se possível aos trabalhadores compreender a exploração capitalista, permitindo a sua mobilização e organização social contra os opressores, numa perspectiva de construção de uma sociedade socialista, sem classes e desigualdades sociais, coerente com o propósito cristão de que “todos tenham vida e a tenham em abundância”.
  
 

 

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